O recurso Stories que permite que os usuários compartilhem fotos e vídeos com amigos não é uma novidade no ecossistema do Facebook. Esta ferramenta foi introduzida pela empresa de Mark Zuckerberg na plataforma Instagram no verão do ano ado e foi modelado em uma solução semelhante oferecida anteriormente pelo Snapchat.
Alguns meses depois Facebook seguiu o golpe e disponibilizou a opção My Day-like My Day para usuários do Messenger.
Descobriu-se que o Instagram Stories é uma ferramenta eficaz na luta competitiva contra o Snapchat. Em fevereiro deste ano. apareceram dados que mostraram uma transição gradual dos usuários do Snapchat para o Instagram.
Agora Facebook deu o próximo o ao anunciar em seu site a inclusão da opção Stories em seu aplicativo móvel.
Facebook As histórias são para permitir que os usuários compartilhem de forma livre e criativa com seus amigos o registro (foto ou filme) dos eventos mais importantes para eles. De acordo com o anúncio, o conteúdo publicado nos Stories pelo usuário ficará visível para os destinatários da mensagem apenas por 24 horas, e um vídeo não pode ter mais de 10 segundos.
Para diversificar o conteúdo apresentado nos Stories Facebook fornece aos usuários um conjunto de filtros que permitem adicionar efeitos gráficos ou legendas adicionais a fotos e vídeos.
A maior mudança desde 2006
Em entrevistas com Wirtualnemedia.pl, especialistas do segmento de mídia social e aplicativos móveis não estão particularmente surpresos que Facebook implementou a seção Stories no site principal, que acabou sendo um sucesso principalmente no caso do Instagram. As razões para a popularidade de soluções semelhantes são explicadas por Marta Zarosa, diretora de desenvolvimento de negócios da indaHash
– O formato Stories é semelhante à comunicação natural – diz Marta Zarosa. – É como ter uma conversa cara a cara e dá a sensação de estar acompanhado pela outra pessoa em um determinado momento. Graças a isso, é mais envolvente e, portanto, cada vez mais popular. Ele mostra emoções reais, e isso é um grande valor para os usuários.
Para nosso interlocutor, o Stories também faz parte de um todo maior – ou seja, conteúdo de vídeo amplamente compreendido.
– As chamadas de vídeo substituem as conversas em vários tipos de mensageiros, postagens de micro-vídeo, e vídeos mais longos e transmissões ao vivo são uma forma cada vez mais comum de entradas em sites de redes sociais. Especialmente entre os influenciadores digitais que engajam milhares de seus fãs dessa maneira. Estima-se que já em 2019, 73 por cento. toda a Internet será conteúdo de vídeo – prevê Zarosa.
O potencial do Stories no Facebook é percebido por Bartek Pucek, chefe das divisões móveis e digitais do Onet-RAS Polska Group.
– Quando em 2006 Facebook apresentou aos seus usuários o “feed de notícias” como forma de consumir informações na forma dos chamados Os protestos dos usuários não tiveram fim – lembra Bartek Pucek. – Por mais de 10 anos, “feed” tem sido o conceito principal para muitos outros produtos (Twitter, Google+, Instagram). O Snapchat, que é um serviço “mobile native” (só mobile), ao contrário, por exemplo, do Instagram, que é um produto “mobile first” (principalmente mobile), prova que hoje também existe um jeito diferente. Snap Inc. chamando a si mesmo de “The Camera Company”, ele quer mostrar que seu DNA está concentrado em torno da câmera do smartphone e da função “Stories”.
Na opinião de um especialista da Onet-RAS Polska, até recentemente havia muitas limitações para as quais outras empresas não decidiram construir serviços de maneira semelhante – devido à qualidade da câmera e da câmera nos telefones, a quantidade de espaço no telefone ou a qualidade de transferência (alcance) da operadora e limites relacionados a ela. Hoje, quando essas restrições não são um problema para um grande número de usuários, funcionalidades como Stories, muito populares no próprio Snapchat, também são usadas no Instagram e no Facebook.
– Por um lado, você pode ficar com raiva de “copiar”, por outro lado Facebook como empresa, tem interesse em adotar comportamentos e funcionalidades que melhor ressoem com os usuários mais jovens e que possam usar a criação de vídeo e áudio de forma ível e fácil para todos, observa Pucek. – A tendência chamada “lifecasting”, que pode ser traduzida como a transmissão de sua vida, está em total oposição ao comportamento anterior: ocasional de uma foto, compartilhamento de reflexão em benefício da gravação contínua. Record vs experiência.
De acordo com Puck, do lado estritamente do produto, as “Histórias” apresentadas pelo Facebook têm funcionalidades muito interessantes: uma foto decorada (desenhada pelos artistas Hattie Stewart e Doug Coupland), máscaras introduzidas graças à aquisição do aplicativo MSQRD no ano ado junto com “ ” máscaras criadas com parceiros externos (Smurfs, Power Rangers), que podem competir com confiança com ferramentas patrocinadas para criadores do Snapchat.
– Connor Hayes, gerente de produto do Facebook afirmou que a câmera deve ficar no centro do “feed de notícias”, ado por “deslizar para a esquerda” e uma aba especial na parte superior, que permitirá a visualização apenas de conteúdo de vídeo e fotos. Este é provavelmente o primeiro o de teste que permitirá ao Facebook decidir se vai mais longe e faz a mudança mais importante na forma de usar o Facebook desde 2006 – prevê Pucek.
Histórias em vez de feed de notícias? Não tão rápido
Por ocasião do anúncio da seção Stories no Facebook móvel, houve especulações na indústria de que em um futuro próximo, as soluções de Stories podem substituir o feed de notícias que é comumente usado hoje como o conhecemos.
Sugestões semelhantes também foram apresentadas na mídia, incl. no TechCrunch e é a esta publicação que Krystian Wojtkowski, especialista em criação digital da FaceAddicted, se refere diretamente em uma entrevista conosco
– Feed de notícias, Stories, carrossel, canvas, GIF, 360 graus, posts verticais e horizontais… Já ficou tonto com a quantidade de formatos citados? – pergunta Krystian Wojtkowski. – Se sim, pense no que o público está sentindo. Não vamos enlouquecer e lembrar que formatos não criam conteúdo, mas servem (apenas, e talvez até) sua melhor apresentação.
Nosso interlocutor lembra que o referido artigo no TechCrunch iniciou uma discussão sobre se a crescente popularidade dos formatos de Stories prova que eles substituirão os populares feeds de notícias no futuro.
– O autor do texto fez tal hipótese com base em uma declaração de Tony Leach, gerente de produto do Messenger Day (uma das funções do aplicativo Messenger), que dizia o seguinte: “Gostamos de pensar na câmera como o teclado novo.” – cita Wojtkowski. – Complementado pelo jornalista, “Isso significa que o Feed de Notícias está desatualizado” é uma interpretação equivocada. Você não pode igualar esses dois pontos. O teclado e a câmera são usados para criar conteúdo, enquanto o Quadro e os Stories os apresentam – avalia o especialista do FaceAddicted e destaca que Stories e feed de notícias são dois formatos complementares.
– Eles não competem entre si, mas correspondem a outros tipos de conteúdo – argumenta Wojtkowski. – Vamos olhar para Instagram Stories e Messenger Day – ambas as funções apresentam inicialmente conteúdo de foto ou vídeo, nós os usamos ando o dedo. Quando algum conteúdo de um amigo ou marca nos chama a atenção e decidimos entrar em uma conversa, acabamos em um chat, que é… Feed de notícias! Podemos ver a situação oposta no Facebook. Role o walla e bum – o carrossel, no qual temos que clicar da esquerda para a direita. Existem mais exemplos desse tipo e, para vê-los, basta ir além das redes sociais e ver sites ou sites de notícias. A decisão se o usuário da Internet deve rolar ou deslizar em um determinado momento depende da usabilidade. A usabilidade, por outro lado, resulta do comportamento humano. Vale lembrar que um destinatário comum que não trabalha com comunicação não tem noção dos novos formatos. Se eles não são intuitivos, eles se perdem neles. Não se sabe onde clicar ou o que acontecerá quando o fizer (especialmente se for mais velho).
Segundo nosso interlocutor, diante dos argumentos por ele citados, a discussão do formato nunca deve vir em primeiro lugar.
– Infelizmente, cada vez mais quando pensamos na campanha, começamos com: “Talvez façamos um vídeo? Ou talvez um carrossel? Não, não sei, vamos começar pela tela, porque depois vamos combinar o vídeo e o carrossel.” Conclusão: as histórias substituirão os feeds de notícias? Na minha opinião não, mas terei meu braço cortado por isso? Também não. Barack Obama disse uma vez: “O laranja não é o novo preto”. Todo mundo sabe o que aconteceu depois – diz Wojtkowski.
Karolina Parzych, chefe de conteúdo da Mint Media, não está convencida de que a seção Stories domine o feed de notícias como o principal canal do Facebook, ela também ressalta que para que novos Stories ganhem alta popularidade, ele precisará de funções adicionais.
– Os Stories realmente têm chance de se tornar o novo feed de notícias? A resposta não será surpreendente – depende – diz Karolina Parzych. – Já tivemos uma guerra entre o Snapchat e o Instagram quando o último foi introduzido Instagram Histórias. Quem ganhou? Devido ao seu rico recurso de usuário, no entanto Instagram. Embora alguns (como eu) sejam fiéis ao Snap, no entanto. Por quê? Por uma razão simples – eu me sinto mais privado lá, porque tenho um público muito menor lá.
Nosso interlocutor lembra que mais de 400 milhões de usuários usam o Instagram todos os dias e mais de 150 milhões de relatórios.
– Já podemos direcionar para um site externo ou fazer uma cobertura ao vivo pelo Stories – enfatiza Parzych. – Os relatórios do Messenger não são tão populares quanto os do Insta, por isso temos uma novidade – Stories diretamente no Facebook. 66 por cento a atividade dos usuários do canal é adicionar fotos. Eles podem transferi-lo para o Stories? O tempo vai dizer. Já podemos ver que a função está estruturada de forma análoga às demais. 10 s de comprimento do material, 24 h de durabilidade. Se essa novidade substituísse o My Messenger Day, ninguém ficaria ofendido.
De acordo com um especialista da Mint Media A popularidade das histórias no Facebook pode contribuir muito para criar links para elas.
– Podemos enviar uma mensagem para a pessoa que publica o material no Stories, mas não podemos reagir a ela como em outros materiais no feed de notícias. A opção é apresentada na reportagem ao vivo no Instagram, onde podemos enviar corações. As pessoas querem atenção e gostos, vamos dar-lhes a oportunidade de iti-los e recebê-los, e talvez essa seja a chave para o sucesso, supõe Parzych.